
O déficit da Previdência Social aumentou quase 60% nos últimos nove anos, alcançando R$ 416,8 bilhões em 2024, o equivalente a 3,45% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015, o rombo era de R$ 260,6 bilhões, ou 2,64% do PIB.
O maior impacto no déficit continua vindo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que encerrou 2024 com um saldo negativo de R$ 304,6 bilhões, correspondente a 2,52% do PIB. Em 2015, o déficit do INSS era de R$ 141 bilhões, ou 1,43% do PIB, o que evidencia o crescimento acelerado do rombo ao longo dos anos. Um dos principais fatores que pressionam as contas previdenciárias é que 64% dos benefícios pagos pelo INSS equivalem a um salário mínimo. Em outubro do ano passado, o Ministério da Previdência registrou cerca de 40 milhões de benefícios emitidos, incluindo auxílios acidentários e assistenciais.
Enquanto o déficit do INSS mais que dobrou desde 2015, o saldo negativo da previdência dos servidores públicos federais e militares teve uma trajetória diferente. O rombo da previdência dos servidores caiu de R$ 66,1 bilhões (0,67% do PIB) para R$ 60,4 bilhões (0,5%) entre 2015 e 2024. Já as despesas com pensões e inativos militares passaram de R$ 53,5 bilhões (0,54% do PIB) para R$ 51,8 bilhões (0,43% do PIB). Essa redução foi impulsionada pelo aumento na arrecadação das contribuições previdenciárias.
O déficit do INSS atingiu seu maior patamar em 2020, primeiro ano de vigência da reforma da Previdência, chegando a R$ 344,5 bilhões (3,41% do PIB). Em 2021 e 2022, houve uma redução, com o rombo fechando em R$ 304,2 bilhões (2,74%) e R$ 291,1 bilhões (2,59%), respectivamente. No entanto, em 2023, o saldo negativo voltou a crescer, atingindo R$ 326,4 bilhões (2,8% do PIB), antes de recuar ligeiramente em 2024.
Mesmo com a reforma previdenciária de 2019, o déficit da Previdência segue elevado, demonstrando que os desafios fiscais do setor permanecem. O aumento do número de beneficiários e a pressão sobre as contas públicas indicam que a sustentabilidade do sistema ainda requer atenção, principalmente diante da necessidade de equilíbrio entre arrecadação e despesas.
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